NOSSO PROJETO

I. NOSSO COMEÇO

Foto do primeiro encontro.
Após trabalhar como missionário em várias cidades do país e no exterior e pastorear a Igreja Batista do Jardim das Orquídeas em São Bernardo do Campo, SP, o pastor Jonathas Diniz e sua família, em Agosto de 2019, retornaram a Itaperuna-RJ, a cidade onde ele nasceu. Orando sobre os novos passos ministeriais, o pastor e a Karla, sua esposa, entenderam que o Senhor os estava dirigindo a um ministério de plantação de igreja. Na verdade, era a retomada de um sonho que nasceu no coração do pastor quando ele era ainda seminarista em Pindamonhangaba, SP.

Foi então que, em Janeiro de 2020, o pastor Jonathas iniciou o contato com o pastor Michel Augusto, pastor titular da Igreja Batista Reformada de Brasília (IBRB), que se prontificou a orar e a levar ao Presbitério de sua igreja o desafio da plantação de uma igreja Batista de confissão reformada em Itaperuna. Após um período de discernimento, oração e avaliação, o concílio da IBRB decidiu apoiar o projeto e caminhar conosco.

Encorajado pelo incentivo de uma igreja parceira, o pastor Jonathas passou a compartilhar com amigos e familiares o sonho da nova igreja. Foi assim que, através de um amigo pessoal, a iniciativa foi conhecida por um contador que, apesar de não ser cristão, vendo a seriedade do projeto, resolveu oferecer uma sala no Centro Empresarial de Itaperuna, no centro da cidade, sem custo nenhum. Depois vieram as doações das primeiras 30 cadeiras e de um belo púlpito de madeira (em formato de cruz).

Com a sala preparada, o pastor passou a divulgar em suas redes sociais na internet uma série de estudos bíblicos todas as terças-feiras às 20h. A essas reuniões, deu o nome de "Encontro da Palavra". O tema escolhido foi: "Fundamentos da Fé Cristã" (um estudo dos cinco "somentes" da Reforma Protestante. O primeiro encontro aconteceu em 03 de Março de 2020, em uma noite muito chuvosa e com várias ruas alagadas em Itaperuna. Mesmo assim, 13 adultos e 5 crianças compareceram para estudar a Palavra de Deus. A irmã Nilceia, mãe do pastor Jonathas, e a Karla cuidaram das lições para os pequeninos. 

Nas duas semanas seguintes, mais pessoas compareceram ao "Encontro da Palavra". A comunhão dos primeiros participantes era tão agradável, e o desejo de cultuarem juntos tão claro, que concluíram que deveriam começar os cultos dominicais.

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II. NOSSA PROPOSTA

1. Motivação

Entendemos que igreja não é uma franquia, lançando um novo produto no mercado religioso. Nosso foco é missionário e não comercial; evangelização e não competição; conversão e não mero proselitismo. Não queremos captar clientes, mas fazer discípulos de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Por isso, não nos apoiamos em técnicas de multiplicação ou qualquer estratégia pragmática de crescimento e estruturação da igreja. Nossa "estratégia" é aquela ordenada pelo apóstolo Paulo bem lá no início da história da igreja cristã: "prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina" (2Tm 4.2).  A paixão pela evangelização e o cuidado com a sã doutrina norteiam nosso modus operandi. Mas não queremos tão somente pregar e ouvir o evangelho verdadeiro. Importa-nos também viver o evangelho. E o evangelho é o próprio Cristo que "morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1Co 15.3,4). Sendo assim, viver o evangelho implica em confiança exclusiva na obra redentora de Jesus para a nossa salvação, bem como em uma identificação profunda com ele em sua morte e ressurreição, porque "se já morremos com ele, também com ele viveremos" (2Tm 2.11). Como o próprio Senhor estabeleceu: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a cada dia a sua cruz, e siga-me" (Lc 9.23).

2. Pregação

Entendemos que a Bíblia não é um mero livro de religião que possa ser ignorado ou manipulado segundo os interesses de quem quer que seja. A Bíblia é a Palavra de Deus que não nos "foi dada por vontade humana; entretanto homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2Pd 1.21). Se "toda a Escritura é inspirada por Deus", como sustentou Paulo em 2Tm 3.16, então ela "é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra". Isso significa que é a Palavra de Deus que deve ser pregada e priorizada nos nossos cultos. A igreja deve ser exposta à Palavra e não às opiniões e ideias do pregador. Portanto, a pregação expositiva, na qual o texto bíblico é explicado e aplicado com fidelidade, é um compromisso que assumimos com a maior responsabilidade, por se tratar do fundamento para uma igreja saudável e bem edificada.

3. Culto

Entendemos que culto não é entretenimento. A Sagrada Escritura e não a cultura pop deve determinar a liturgia e a forma de adorar a Deus. O púlpito não é palco, a igreja não é platéia e o pregador não é animador de auditório ou palestrante motivacional. Lamentamos a decadência da música popular gospel, com seu humanismo acentuado e seu paupérrimo conteúdo bíblico. Isso não significa que nossos cultos sejam caracterizados pelo uso apenas de cânticos cristãos clássicos ou por uma linguagem exageradamente formal ou culta. Não! Valorizamos as belas canções contemporâneas, com rica mensagem bíblica e centralizada no glória somente  a Deus. Nossos cultos são simples, com uma liturgia que deseja ser, assim como tudo que fazemos, fundamentada na Palavra de Deus (Jo 4.24; Rm 12.1; Ef 5.19,20).

4. Finanças

Entendemos que dízimos e ofertas não são créditos que nos dão condições de barganhar com Deus. Lamentamos a ganância e a escandalosa exploração financeira de muitas igrejas que se dizem "evangélicas", cujos líderes exaltam a Mamon como seu deus (Mt 6.24). Por outro lado, defendemos ser bíblica a prática de cristãos contribuírem, voluntariamente e segundo as suas possibilidades, com a manutenção dos trabalhos da igreja local, com o justo sustento dos pastores e com o exercício da caridade e da assistência aos necessitados (Jo 13.34,35; At 2.42-47; 6.1-6; 11.29-30; 20.35; Rm 15.26,27; 1Co 16.1-3; 2Co 8.1-5,15; 9.7; 1Tm 5.17,18; 6.8-10). Nesse ponto, ainda, vale dizer que nos guiamos pela administração responsável e transparente dos recursos confiados a nós. 


5. Comunhão e Evangelização

Entendemos que apenas as reuniões públicas e formais realizadas no espaço de culto são insuficientes para aprofundar os relacionamentos e o cuidado mútuo. Por isso, incentivamos e promovemos encontros mais informais e de maior proximidade durante a semana, como grupos de oração e culto nos lares, visitação e outros. Contudo, não somos uma igreja em células e não adotamos nenhum sistema de multiplicação. É verdade que muitas pessoas chegam à fé cristã através de relacionamentos com cristãos. Mas esses relacionamentos precisam ser naturais e decorrentes de uma convivência que ganha espaço na dinâmica da vida, e não uma aproximação forçada em nome de uma engrenagem de produção de novos crentes. A evangelização e a comunhão não podem se apoiar em modelos do marketing empresarial, mas em princípios bíblicos (At 2.42-47). 

6. Liderança

Entendemos que apenas homens maduros na fé e que demonstrem frutos de verdadeiro arrependimento e conversão devem exercer funções de liderança na igreja (At 6.1-6; 1Tm 3.1-10; 5.22; Tt 1.5-9). Descartamos qualquer tipo de método acelerado de "fabricação" de líderes para a igreja. Além disso, aqueles que almejam o exercício do ministério cristão, especialmente o ofício da Palavra, devem ter suas vocações atestadas pela igreja, bem como a devida preparação teológica e ministerial. A igreja deve, em amor, investir em seus líderes, respeitá-los e orar por eles, a fim de que bem cumpram o ministério.

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III. NOSSA IDENTIDADE

Igreja Batista Reformada 


Somos um trabalho de plantação de uma igreja batista de teologia reformada, com valores cristocêntricos e fidelidade à Palavra de Deus.

A) Igreja

Como igreja, somos a comunidade de Jesus Cristo. A primeira menção da palavra “igreja” no Novo Testamento se encontra na boca de Jesus quando ele afirma diante dos seus discípulos: “Eu edificarei a minha igreja” (Mt 16.18). Essa palavra vem da língua grega e significa “assembleia”. A igreja cristã é, portanto, a assembleia dos discípulos de Jesus Cristo, que se reúne para prestar culto a Deus em espírito e em verdade, pregar o Evangelho de Jesus Cristo, nosso único Senhor e Salvador, batizar os novos convertidos e orientar os fiéis nos ensinos e práticas da Bíblia na sua pureza e integridade, bem como promover a fraternidade cristã e o crescimento de seus membros na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
B) Batista

Como batistas, somos evangélicos e herdeiros das crenças e valores da Reforma Protestante, e nossas origens estão enraizadas no movimento dos batistas ingleses desde o século XVI. Ser batista implica em: crer na autonomia da igreja local ou seja, a congregação, supervisionada por um conselho de presbíteros que a ensina, é a autoridade final, debaixo de Cristo e de sua Palavra, em assuntos eclesiásticos; crer que somente aqueles que professam sua fé no sacrifício de Cristo na cruz e em sua ressurreição devem ser batizados por imersão; crer na responsabilidade individual diante de Deus e no sacerdócio universal de todos os cristãos; crer na separação entre igreja e estado.

C) Reformada

Como reformados, somos herdeiros da rica tradição da Reforma Protestante do século XVI, especialmente da ala reformada desse movimento, cujo principal expoente é o pastor e teólogo João Calvino (1509-1564). A fé reformada, em síntese: a) defende a absoluta soberania de Deus; b) crê na salvação unicamente pela  livre e soberana graça divina; c) prega a total incapacidade do ser humano, em seu estado natural, manchado pelo pecado, de fazer qualquer coisa que coopere para sua salvação; d) ensina que o homem é justificado pela fé e não por mérito algum, o que ocorre pela imputação de nosso pecado sobre Cristo e da imputação de sua justiça sobre nós; e) estabelece a centralidade da Palavra de Deus e das ordenanças: batismo e Ceia do Senhor; f) destaca a validade permanente da lei moral de Deus; g) confia que Deus vai completar a salvação daqueles que ele escolheu, garantindo que estes alcancem a vida eterna; h) compreende o senhorio de Cristo sobre todas as esferas da realidade humana; sendo assim, valoriza a educação em todos os níveis do conhecimento humano, as artes como forma de adorar a Deus e as inciativas de promoção da cidadania, como a criação de escolas, creches, hospitais, etc. 

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IV. NOSSA FÉ

Assim resumimos nossa compreensão doutrinária:


Cremos em Deus, porém não temos a pretensão de sermos os únicos e verdadeiros crentes.
Cremos que Deus se revela em três pessoas distintas, Pai, Filho e Espírito Santo, porém não damos primazia a uma em detrimento das outras.
Cremos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, e como tal, nossa única regra de fé e prática.
Cremos que o amor de Deus, revelado em Cristo Jesus, é suficiente para redenção de todos os homens, mas só se torna eficaz naqueles que Nele crêem.
Cremos na salvação somente pela graça, por meio da fé, mas uma fé que se expressa nas obras que Deus preparou para que andássemos nelas.
Cremos no poder do Espírito Santo, porém não ousamos iludir ninguém com falsas revelações.
Cremos nos dons do Espírito Santo, mas duvidamos de alguém que não manifesta o fruto do Espírito.
Cremos em milagres, mas não os fazemos vitrine ou manchete para atrair multidões.
Cremos que Deus cura, liberta, transforma, contudo não nos cabe determinar dia e hora.
Cremos na Grande Comissão, mas entendemos que ela não inclui proselitismo denominacional.
Cremos e aguardamos a volta de Cristo, não mais para sofrer e morrer por nós, mas para exercer Seu governo eterno como Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Cremos na comunhão dos santos, na ressurreição do corpo e na vida eterna.

Amém.









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